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Os humanos não capitalizam o suficiente em nossa vantagem evolutiva mais significativa: uma capacidade única de realizar ações voltadas para o futuro que o influenciam para melhor.

Prova A: A mudança climática chegou e as coisas estão mudando rapidamente para pior. No entanto, mesmo quando eventos climáticos perigosos e caros se tornam mais frequentes e graves, ainda não fazemos o que precisamos fazer.

O ideal é que todos intensifiquem seus esforços para proteger o clima da maneira mais inteligente possível. Mas como cada pessoa pode ajudar das maneiras mais valiosas? Como professor de comportamento organizacional, estudo liderança e solução proativa de problemas. A pesquisa nesses campos oferece alguns conselhos úteis.

Potencial humano inexplorado

“Eu adoraria mudar o mundo, mas não sei o que fazer, então deixo isso para você.” – Alvin Lee, Ten Years After, 1971

Quando muitas pessoas pensam como essas letras de música, os problemas não são resolvidos.

A única maneira das sociedades fazerem o suficiente para manter a mudança climática sob controle é rejeitando a passividade, experimentando novas estratégias e táticas e, sabiamente, fortalecendo seu repertório de enfrentamento.

As pessoas evitam fazer muito sobre as mudanças climáticas por vários motivos: 1) Elas se preocupam com o tempo e os custos; 2) elas acreditam que é difícil mudar; 3) elas têm suposições errôneas, como sentir-se incapaz de ajudar ou de que outras pessoas ou novas tecnologias irão salvar o planeta; 4) possuem preconceitos psicológicos, gostam de se preocupar mais com o presente do que com o futuro; e 5) elas não têm certeza sobre as melhores maneiras de participar.

Estabelecer uma base para ações de maior impacto começa com a mudança de mentalidades comuns. O mais essencial, e uma tarefa difícil, é se comportar de maneira muito mais proativa do que a maioria das pessoas até agora.

 

Como se tornar mais proativo

Com base na pesquisa de comportamento psicológico e organizacional, aqui estão alguns pontos de partida:

 

1) Veja-se como alguém que se preocupa com o planeta e com o futuro.

Sua identidade pessoal é como você se vê e se descreve, e isso gera comportamentos correspondentes. A maneira como você se identifica pode ajudá-lo a pensar sobre seu futuro, escolher suas ações preferidas e fornecer um padrão ou modelo motivador pelo qual se empenhar. Dê um passo em frente no “cuidar” ao se ver como uma pessoa proativa que pensa no futuro e ajuda a tornar o futuro melhor do que seria sem suas contribuições.

Ajudar a plantar e cuidar de árvores em locais úteis é uma maneira de investir localmente em sua comunidade. Fonte: Helen H. Richardson / The Denver Post via Getty Images.
 
2) Avalie, honestamente, seus esforços para reduzir os efeitos nocivos das mudanças climáticas.

Da mesma forma que as pessoas tendem a superestimar suas habilidades de direção, atletismo e liderança, elas também tendem a acreditar que são mais ecologicamente corretas do que a maioria das outras pessoas. Esse preconceito enganoso pode gerar complacência e impedir a ação.

Se as pessoas se avaliarem com precisão em comparação com o que poderiam e deveriam estar fazendo, a maioria verá um grande potencial inexplorado para fazer a diferença. Para liberar esse potencial, considere a aplicação de estratégias de gerenciamento de tempo encontradas no gerenciamento de negócios que podem libertá-lo de inúmeras tarefas desagradáveis e improdutivas e permitir que você dedique atenção e tempo a atividades impactantes que tiram o máximo proveito de suas habilidades.

 
3) Assumir a responsabilidade de se envolver de forma mais útil na solução dos problemas das mudanças climáticas.

Sentir-se responsável motiva a ação. Uma questão chave é como você define responsabilidade.

Isso é diferente de atribuir toda a responsabilidade de consertar as coisas aos transgressores mais culpados. No jogo da culpa, as empresas de combustíveis fósseis trabalharam duro para transferir a responsabilidade pela situação das mudanças climáticas do mundo para os consumidores e não para si mesmas. Lembre-se de George Bernard Shaw: “Nós nos tornamos sábios não pela lembrança de nosso passado, mas pela responsabilidade por nosso futuro.” O que o futuro reserva realmente depende de nós.

O cientista climático de Boston, Nathan Phillips, usa uma mochila portátil para medir a liberação de gás natural, que contribui para as mudanças climáticas. Fonte: Jessica Rinaldi / The Boston Globe via Getty Images.

 

4) Decidir navegar ativamente no futuro em mudança.

Em geral, pensar mais no futuro – em vez de apenas no presente e no passado – produz resultados de vida e trabalho mais positivos. Em relação às mudanças climáticas, é imperativo olhar para frente e agir de acordo para que você esteja ajudando a forjar os melhores resultados possíveis, em vez de deixá-los ao acaso.

Os principais psicólogos de hoje aconselham fortemente mais prospecção mental – prevendo ativamente futuros prováveis e possíveis, explorando oportunidades como os antigos garimpeiros e vendedores em busca de novos clientes – e buscando continuamente os melhores caminhos para avançar.

 
5) Saiba mais sobre os maiores desafios da humanidade.

A mudança climática afeta tudo, por isso não deve ser difícil encontrar uma área que seja pessoalmente interessante. Aprenda o suficiente de fontes precisas para discutir com outras pessoas, considere como seu conjunto de habilidades pode ajudar e descubra onde você pode contribuir melhor.

Aqui estão alguns lugares para começar: O Projeto Drawdown oferece soluções gerais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. A NOAA fornece conselhos sobre o que os indivíduos podem fazer e onde aprender mais. Há alguns anos, a BBC tinha uma boa lista de dez maneiras simples de agir contra a mudança climática. O novo livro do cientista climático Michael Mann discute o que os indivíduos podem fazer política e coletivamente para obter o maior impacto.

As temperaturas globais estão aumentando

A temperatura média global, incluindo a superfície da terra e do mar, foi quase 1 grau Celsius mais quente em 2020 do que a média do século 20, ilustrada aqui. Era 1,2 °C maior do que os tempos pré-industriais.

Diferença entre a temperatura média anual e a média do século 20 em graus Celsius, até 2020.
Gráfico: The Conversation / CC-BY-ND Fonte: NOAA.
 
6) Ajudar a resolver problemas e buscar oportunidades construtivas.

Um refrão comum em programas de MBA e desenvolvimento de executivos é transformar problemas em oportunidades, e as mudanças climáticas oferecem muitas oportunidades, desde fontes de energia mais limpas até melhores técnicas de construção e produção de alimentos. Essa abordagem abre conversas sobre mudanças de longo prazo, em vez de apenas controle de danos de curto prazo. Ela também revela diversos pontos de vista, aborda problemas subjacentes em vez de apenas seus sintomas visíveis e incentiva mais ideias – melhorando assim a resolução de problemas.

 
7) Abordar as causas raízes e abraçar a “multisolução”.

Na solução de problemas de negócios, é importante não apenas tratar os sintomas mais visíveis, mas identificar e abordar as causas raízes. “Multisolução” identifica soluções que abordam a causa raiz de vários problemas.

A mudança climática é a raiz de muitos problemas atuais, desde desastres e extinção de espécies até escassez de alimentos e água, injustiça social e guerras. Oficiais militares costumam se referir a ela como um “multiplicador de ameaças”. Parar a mudança climática pode ajudar a aliviar as pressões em outros lugares. Apoiando ainda mais na cadeia de causa e efeito, as emissões de carbono causam o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Portanto, esforços pessoais para reduzir sua “pegada de carbono”, como usar menos combustível fóssil, ajudam. O mesmo acontece com pressionar políticos e empresas para reduzir as emissões de carbono e metano, limitando a extração de combustível fóssil e investindo em energia zero carbono.

As melhores soluções climáticas reduzirão os danos e espalharão todos os tipos de benefícios. A estabilização do clima exigirá ajuda de todas as direções. Não é apenas um momento de “todas as mãos no convés” – o planeta precisa que todas as cabeças e mãos sejam proativas.

 

Fonte: The Conversation / Thomas S. Bateman
Tradução: Redação Ambientebrasil / Maria Beatriz Ayello Leite

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